sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dream-breaker

Sempre quis ser médica. Sempre tive esse sonho.

Mas no ensino médio, a fase em que somos obrigados à escolher o que faremos pelo resto de nossas vidas, eu fiz uma escolha diferente. Lembro que na época, fiquei na dúvida entre vários cursos totalmente diferentes: medicina, biomedicina, jornalismo, letras - alemão/francês (porque quero aprender os idiomas), psicologia, e outros que nem me recordo mais, tamanha a confusão.

Meu colégio era muito focado no vestibular e eu não me dediquei devidamente à isso justamente por não saber o que queria fazer da minha vida. É muito cruel esse nosso sistema, exigindo que você se aperfeiçoe em algo o mais jovem possível, e te fazendo escolher uma carreira quando ainda nem se conhece bem o suficiente pra isso.

Então, quando já estava no limite do tempo pra decidir logo pra qual faculdade entraria, conversei com minha mãe e cheguei em Relações Públicas.  Porque sempre fui calma e diplomática, sempre gostei de escrever, gosto de estudar pessoas, histórias, reações. E então nem me preocupei com as notas nas faculdades públicas, pois já decidi pra qual eu iria e sendo particular, o vestibular era fácil e eu poderia entrar a hora que quisesse.

Ainda assim, eu continuo me sentindo bem ao pensar na vida corrida dos médicos. Penso que se eu tivesse optado por esta carreira, isso seria minha vida. Não me preocuparia em ter que trabalhar nos feriados, no Natal, no fim de semana... Não me contentaria em estudar pouco, em fazer pouco. Porque já que eu escolhi isso, então devo tentar ser a melhor.

Mas... Não foi essa a escolha que eu tomei. Por que? Acho que a preguiça se mostrou quando eu pensei no quanto estudaria. Apesar de gostar muito, eu não estava disposta a perder minha vida. Como eu já disse, se eu fizesse medicina, faria questão de acabar com os outros setores, pra não atrapalharem meu desempenho. Também devo dizer que foi um pouco de auto-estima baixa que me influenciou nessa decisão. Não acreditei na minha capacidade de levar essa ideia adiante. Também não tive ninguém dizendo "vai, faz isso, vai em frente, é seu sonho". Tive pessoas dizendo "o que quer que você escolha, vou te apoiar". Mas isso não ajuda muito, não dá uma direção...

Ontem me disseram que eu não seria uma boa médica. Me ofendeu, é claro. Sempre foi meu sonho, por mais que eu não tenha seguido. Me preparei durante a vida para isso, assistia programas que mostravam operações, nunca me importei em ver fotos, imagens de doenças. O que me mata mesmo são as pessoas sentindo dor. Quanto à isso, eu nunca me preparei, teria que ser na marra, mesmo.

Enfim, nunca faça isso que fizeram comigo ontem. Nunca destrua o sonho de alguém assim. Você pode não achar nada demais falar uma bobagem dessas, mas é triste pra pessoa que ouve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário